domingo, 13 de novembro de 2011

Pierrot

Meu nome é Pierrot. Emotivo e racional, confiante e pessimista, alegre e entristecido, ou apenas um iludido. Iludido por acreditar demais nos outros, ingênuo demais pra se defender sozinho. Está sempre em busca de alguém para tirar-lhe a solidão que parece não ter fim. Tem um coração grande, com espaço de sobra para muita gente que, merecendo ou não, estão sempre lá. Seu humor é uma contradição: Ora alegre, ora triste. Encontra na comédia, a forma de fugir dos problemas que lhe perseguem frequentemente. Um ótimo ator.
Pierrot está sempre cercado de pessoas, mas está sempre sozinho também. Choros e risos fazem parte da sua rotina, assim, misturados num alto grau de melancolia. Ele é sentimental. Ele ama.
O amor de sua vida? Não sabe ao certo, ainda é cedo. Mas sua vida tem um amor, que infelizmente não é retribuído. Ele teve aquele amor em suas mãos, mas deixou-o escapar vergonhosamente. Colombina era o nome dela, linda como uma rosa, só que toda rosa também tem espinhos. Espinhos que o cortaram e o fizeram sangrar. Pobre Pierrot, perder um amor tão cedo...
Emotivo demais pra aceitar que seu amor estava partindo pra longe de seus braços, caminhando lentamente para de os de Alerquim. Alerquim era um conquistador, porém era seu fiel amigo. Era. A traição foi a gota d’água para Pierrot. Mal sabia ele que aquele romance não duraria muito tempo.
Pierrot seguiu seu caminho, fazendo de seus pães, seu passatempo. Ao encontrar Colombina sozinha, tentou esnobá-la, contudo não se conteve por muito tempo. Entregar-se duas vezes para a mesma cobra? Não, desta vez ele conseguiu fugir da cova a tempo. Pena que lá fora haviam outras iguais a Colombina.
Uma em especial já chamava a sua atenção há tempos, e sem cumprimentos, tratou de procurá-la. Novamente Pierrot foi enganado, pobre tolo. Segundo ele, se tivesse-o consigo sua amada, a daria flores todos os dias, diria que a amava, nunca esqueceria de lhe dar bom dia, boa noite, nunca esqueceria de dizer-lhe o quanto a amava. Ficaria triste ao vê-la ir embora, mesmo depois de passar um dia inteiro caminhando com ela pelas calçadas. Daria a ela todo o amor que Colombina desperdiçou e muito mais. Ele só queria conhecê-la e saber quem realmente ela era. Nem isso ele conseguiu. Sou eu, testemunho de tudo isso, que posso afirmar: O amor é algo gigante perante as outras coisas deste mundo, que quando é posto em frente a elas, é visto como único motivo para se viver.
E agora, o Pierrot apenas chora.